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Capoeira e Frevo

TÉCNICA DA ILUSTRAÇÃO: Tinta acrílica aplicada com faca sobre papel.

Esse post vai para os capoeiristas foliões de plantão, mas acredito que todos vão ler isso somente na semana que vem! Mas nunca se esqueçam, se BEBER NÃO DIRIGA!

Um bom carnaval a TODOS!

Nem só de frevo vive Olinda.

Pernambuco é hoje conhecido como a terra do frevo. Mas não podemos esquecer que além de palco dessa belíssima manifestação folclórica Pernambuco já foi cenário da Capoeira. Durante os séculos XVIII e XIX ( não podemos afirmar anteriormente devido a falta de registros históricos) os principais núcleos da Capoeira eram : Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro. Há até alguns estudiosos que afirmam o surgimento dos primeiros capoeiras em Pernambuco.
No século XIX, começaram a formar-se maltas de Capoeira no Rio de Janeiro, cada malta tinha um modo característico de vestir-se e “ comandava” uma determinada freguesia. Em Pernambuco, era costume as maltas desfilarem em frente às bandas militares e particulares para fazer sua segurança. Onde havia uma festa com uma banda de música lá estavam os Capoeiristas, pulando e marcando o passo. Aos poucos, as maltas, tanto do Rio de Janeiro como de Pernambuco, foram sendo exterminadas pelos chefes de polícia e desembargadores e mando do governo.
Hoje, a Bahia tornou-se sinônimo de Capoeira e Pernambuco do frevo, mas ainda há muita capoeira boa escondida nessa terra, como é o caso do grupo são Bento Pequeno de Capoeira angola que realiza um belíssimo trabalho junto á comunidade carente de Olinda.
 


CAPOEIRA E FREVO – POR TÁLIS ANDRADE
A CAPOEIRA NO PASSO DO FREVO

Nos perseguidos terreiros para o culto dos deuses indígenas e africanos, a capoeira foi se tornando uma dança religiosa, e com o carnaval dos católicos, uma dança profana.

Escreve Leonardo Dantas Silva:
"Com o advento da Abolição da Escravatura Negra (1888) e a Proclamação da República (1889), surgiram os clubes carnavalescos, com todos os elementos integrantes dos desfiles militares acrescido da influência das procissões religiosas; como é o caso do estandarte, uma cópia dos pendões das corporações profissionais, das irmandades e confrarias, hoje símbolo quase da maior parte das agremiações carnavalescas.

Oriundo de grupos profissionais de operários urbanos, os Clubes Carnavalescos Vassourinhas (1889), das Pás (1890), Lenhadores (1897), Pão Duro (1916), Toureiros de Santo Antônio (1916), Prato Misterioso (1919), além de outros mais recentes, chegaram até os nossos dias. Outros, porém, como Caiadores, Empalhadores, Operários, Jornaleiros, Suineiros, Quitandeiras, não mais existem.

As rivalidades entre as agremiações sempre foram uma constante no carnaval de Pernambuco. Com tal clima e elementos, os capoeiras, `brabos´ e `valentões´ passaram a praticar `exercícios de capoeiragem´ em frente aos cordões carnavalescos; conforme noticia o jornal A Pimenta (1901). Tais exibições de capoeiragem, quando nada, redundavam em agressões, como a narrada pelo Jornal Pequeno, de fevereiro de 1907, em que foi vítima o diretor do Clube Carnavalesco Tome Farofa.

Procurando esconder-se das perseguições dos Chefes de Polícia, o nosso capoeira foi maneirando os seus passos – `rabos de arraia´, `pernadas´, `cabeçadas´, `pisões´, etc – criando assim uma coreografia própria de modo a acompanhar a `onda´. Nesta coreografia, onde não foi desprezada totalmente a agressividade, foram aparecendo passos que, por determinadas semelhanças, passaram a possuir denominações próprias.

Ao contrário de outras danças de então, com os seus dançarinos sempre a se apresentarem em círculo, o frevo veio a se constituir num movimento único de toda uma massa em desfile, trazendo os passistas numa só onda, a invadir as ruas como se fizessem parte de um mesmo rio caudaloso que, de repente, resolvesse arrastar com as suas águas revoltas tudo que encontrasse no seu novo leito".

Getúlio Vargas com o poder de ditador, visitando Salvador, liberou a capoeira e os terreiros para celebrações de cultos afro-brasileiros, exclusivamente na Bahia. A perseguição continuou pelos Brasis de Dentro e de Fora até a década de 60. Mas os capoeiristas classificados como desordeiros e a chamada magia negra continuam na mira da polícia.

(*) Tális Andrade é poeta, escritor e jornalista.


VOCÊ SABIA QUE A CAPOEIRA É UMA LUTA QUE INFLUENCIOU DIRETAMENTE AS ORIGENS DO FREVO? NÃO ACREDITA? ENTÃO LEIA ISSO AQUI.

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