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Mostrando postagens de fevereiro, 2016

Conselho Nacional do Esporte decide que Capoeira é Esporte

Chegou ao fim uma discussão que perdurava há tempos: capoeira é esporte. A decisão foi tomada pelo Conselho Nacional do Esporte (CNE), órgão consultivo do Ministério do Esporte. Como havia o entendimento de que capoeira é uma dança, a modalidade não podia ser beneficiadas por programas do Ministério do Esporte, como o Bolsa Atleta. A capoeira é esporte, tem competições, são atividades importantes para o condicionamento físico. Crianças, adultos e idosos praticam a mesma para diminuir a obesidade e, principalmente, são atividades que têm federações e confederação. Já tinha aprovação do Conselho, mas ainda não havia a publicação do Ministério do Esporte de uma resolução a esse respeito”, comemorou Jorge Steinhilber, presidente do Conselho Federal de Educação Física (CFEF). A decisão que beneficia a capoeira também afeta outras artes marciais. A partir do momento que o Ministério do Esporte publicar resolução admitindo-as como modalidades esportivas, a pasta pode repassar recursos

Gangues do Rio de Janeiro Imperial - Parte 6/6

Uma das ilustrações de K.Lixto publicadas em 1906 na luxuosa revista  Kosmos : perseguida nas ruas, a capoeira era apresentada de forma romântica para a classe dominante A capoeira e a elite Com o fim da escravidão, a capoeira já havia se disseminado por diversas camadas sociais na capital, alcançando não só brancos brasileiros – entre pobres e ricos – como também europeus que viviam na cidade. O poeta português Plácido de Abreu, citado pelo escritor carioca Henrique Coelho Neto como um dos mais valentes capoeiras de sua época, morreu na Revolta da Armada, mas deixou o testemunho de suas experiências entre as maltas cariocas registrado em um livro pioneiro, chamado Os capoeiras , lançado em 1886. Muitos frequentavam e conheciam o “submundo” da capoeira: intelectuais, profissionais liberais e “até figuras prestigiosas no plano político, como o barão do Rio Branco, quando jovem, e Floriano Peixoto, entre outros, foram apontados como praticantes da arte da capoeiragem”, escre

Gangues do Rio de Janeiro Imperial - Parte 5/6

Mesmo depois de banido do Rio de Janeiro, o jogo continuou bastante popular em outros centros urbanos do país. Na Bahia da década de 1930, Samuel Querido de Deus (agachado na foto) se tornou uma lenda nas rodas de Salvador Estigmatizados como criminosos – já que sua prática se tornou ilegal em 1890 – e perseguidos como indivíduos perigosos, os capoeiras que permaneceram escondidos no Rio de Janeiro saíram, estrategicamente, de cena. Os que voltaram do desterro continuaram na clandestinidade. Poucas décadas depois, entre os anos 1910 e 1920, surgia o “bamba”. De acordo com o pesquisador e sambista Nei Lopes, é um termo que “vem do quimbundo mbamba , que significa exatamente mestre”. O bamba tinha o domínio do corpo e do ritmo, por isso era um personagem típico do mundo negro, presente nas festas religiosas como ogã , tocando tambores para os orixás, o que o levou a desempenhar também papel fundamental na criação do samba de morro, na organização das escolas e dos blocos carnaval

Gangues do Rio de Janeiro Imperial - Parte 4/6

Praticante do jogo a caminho de uma das sangrentas sessões de chibata que a polícia preparava para punir os cativos e libertos rebeldes Um dos motivos para que as gangues se mantivessem mesmo com forte repressão policial era a cobertura que recebiam dos partidos políticos da época. Os Guaiamuns e Nagoas apoiavam, respectivamente, liberais e conservadores. O voto, na época, não era secreto, por isso muitos eleitores eram obrigados pelos capoeiras a votar nos candidatos dos partidos que apoiavam cada malta. Eles também eram responsáveis por criar arruaças nas eleições, que muitas vezes acabavam em confusões e brigas. A proteção política dos poderosos e a atuação como capangas dos partidos tiraram dos capoeiras o brilho da resistência escrava. Além disso, eles passaram a servir de massa de manobra para interesses ideológicos. Após a assinatura da Lei Áurea, em 1888, eles chegaram a organizar uma milícia, chamada de Guarda Negra, que perseguia os abolicionistas, como prova da le