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A Capoeiragem e o CÓDIGO DA VINCI


Jornal do Capoeira - www.capoeira.jex.com.br

Edição 74 - de 21 a 27 de Maio de 2006

André Luiz Lacé Lopes
Jornal do Capoeira - maio/2006



A versão cinematográfica do famoso e polêmico livro - Código da Vinci - de Dan Brown, acaba de ser lançada em todo mundo. O que torna novamente atual a Introdução feita por Mestre André Lacé para a segunda edição e para edição francesa do seu Cordel "Capoeiragem no Rio de Janeiro, no Brasil e no Mundo".

A propósito, a Mona Lisa rubro-negra, segundo informa André Lacé, é uma criação do pintor Asbjorn Lonving, talvez uma homenagem, também em código, à Nação Rubro Negra (Flamengo!).

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Nota do Editor (maio 2006)

Na segunda edição do seu Cordel "Capoeiragem no Rio de Janeiro, no Brasil e no Mundo", publicada em fevereiro de 2005, André Luiz Lacé, como é natural, fez algumas inovações. Podendo-se destacar duas delas: 1. Inclusão de fotos e ilustrações diversas; e 2. Uma substancial e inusitada Introdução, onde, mandingueiramente ou não, faz reflexões sobre um imaginário paralelo entre os "códigos da capoeiragem" e o livro "Código da Vinci", do não menos polêmico Dan Brown (claro, como diria Mestre Caiçara, "cada qual no seu cada qual").

Na edição francesa do cordel, Mestre Lacé vai além do que sempre faz - texto nas entrelinhas - e plantou sete charadas. Sobre escrever entrelinhas, bem humorado, Lacé explica que é graficamente mais barato, sobre as charadas, explica que, a rigor, não são sete, são oito, mas para manter o número cabalístico, transformou a primeira delas num "Mystère Spécial". Justamente a que reúne a Mona Lisa (Vinci), Sabasa Garcia (Goya) Madame Henriot (Renoir) e Sergipe, num quadro só.




O recente lançamento cinematográfico do livro de Brown, no mundo todo e com grande sucesso de bilheteria, justifica e motiva a republicação da mencionada Introdução que André Lacé fez para a segunda edição do seu cordel e para a versão francesa.

É o que voltamos a oferecer aos nossos leitores. Antes, porém, acreditamos como aconselhável republicar também a primeira Nota do Editor, feita na edição desse jornal de abril de 2005.

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Nota do Editor (abril 2005)

Em que pese alguns bons exemplos de capoeira sem berimbau, o fato é que o casamento do berimbau com a capoeira deu certo. Já tratamos da capoeira sem berimbau e, seguramente, voltaremos a tratar, mas, o tema desta semana é a parte rítmica e cantada da capoeira. Mais precisamente, ainda, é sobre a parte cantada da Capoeira. Ora, quem só admite Capoeira ao som do berimbau, terá que concordar que, além do berimbau (e demais instrumentos típicos) deverá haver também cantoria. E que cantoria será esta, afinal?

Claro, existe a cantoria "fechada", de mandinga, que não nos cabe discutir, mas, e as demais cantorias?

Serão totalmente livres, independentes, circunstanciais, sem nenhum engajamento, sem nenhuma função específica dentro da Capoeira?

André Luiz Lacé, em seu livro "A Volta do Mundo da Capoeira" (1999) destaca duas funções: a de descrever a Roda e a de interferir na Roda, ambas podendo ser em linguagem, digamos, codificada, religiosa ou esotérica.

Mas, além dessas, haveria algum outro tipo de cantoria?

Claro que há, existe a cantoria sobre temas históricos, românticos, de valentia, religiosos, reivindicatórios e tantos outros. Temos, portanto, um prato cheio que ainda não foi servido nas mesas de discussão. Algumas dezenas, talvez centenas de Festivais de Cantos de Capoeira já foram realizados, mas nenhum deles com a preocupação de refletir e fazer refletir sobre as funções da cantoria na Capoeira.

Pois muito bem, a segunda edição do livreto "Capoeiragem no Rio de Janeiro, no Brasil e no mundo", de André Luiz Lacé, ganhou uma Introdução que é uma verdadeira aula inicial sobre a relação entre o Cordel e o Canto de Capoeira. De permeio, André Lacé faz relevantes considerações sobre algumas das funções acima listadas e a globalização da Capoeira.

Recomendamos a leitura do livro que já está nas principais bibliotecas do Rio de Janeiro, da Paraíba, São Paulo, Paraná, Florianópolis, Bahia, de Portugal (Lisboa, Coimbra, Lamego. Porto e Évora), Angola, Moçambique e Estados Unidos (Nova York e Nova Jersey) e França (Paris). Para venda, o livreto pode ser encontrado na Toca do Vinicius, em Ipanema, ou na Loja do Folclore, ao lado da Biblioteca Amadeu Amaral (a mais completa em Capoeira).

Devidamente autorizado pelo autor, entretanto, apresentamos nesta edição, em primeiríssima mão, a Introdução do Cordel.

Milton Cezar Ribeiro
- Miltinho Astronauta -




Códigos da Capoeiragem


INTRODUÇÃO da 2ª Edição do Cordel "Capoeiragem no

Rio de Janeiro, no Brasil e no Mundo" - fev / 2005

Observação: Introdução utilizada, também, na versão francesa.



André Luiz Lacé Lopes



Dan Brown, autor do best-seller "O Código Da Vinci", estaria fazendo muito mais sucesso se tivesse escrito "Os Códigos da Capoeiragem".

Realmente, a Capoeira tem muitos códigos:

Certa vez, em Nova Iorque, comparando sua querida Capoeira Angola com uma outra (extremamente estilizada), o extraordinário Dr. João Grande confidenciou-me: "Esta aí de que você fala, quando muito, tem um feitiço só, a Angola tem vários...".

A tese doutoral do escritor-premiado, Luiz Sergio Dias - "Da turma da Lira ao cafajeste, a sobrevivência da Capoeira no Rio de Janeiro na Primeira República" - leitura que recomendo a todo capoeira-pesquisador, dá excelentes dicas ao Dan Brown da vez. Também o saudoso Mestre Caiçara nos deixou precioso legado sonoro, um canto bonito, com letras cheias de filosofia expressas de maneira simples e mandingueira. Pedro Trindade Moraes, grande mestre, é outro excelente cantador de fundamento. Mestre Zé Pedro, vencedor do Festival de 1 Corda Só, que promovi décadas atrás, é um dos poucos que sabe fazer um Preceito em plena Roda. E por aí vai.

Essa riqueza imensa da Capoeira, inigualável e fascinante, vinha sendo transmitida muito bem, sem nenhum ruído assustador, através da comunicação oral simples e direta. Deixando sempre bem patente que o verdadeiro cantador de capoeira, além de ritualista, é, também, naturalmente, jornalista, cronista social, contador de História e estórias, feiticeiro (na melhor concepção da palavra), pregador, professor, um menestrel moderno, enfim, um "cordelista" ao som do berimbau.

Não é à toa que boa parte das ladainhas dos angoleiros baianos é inspirada na Literatura de Cordel. Sendo maior exemplo, a famosa peleja de "Manoel Riachão com o Diabo", do paraíbano Leandro Gomes de Barros, que serviu de base, também, para alguns corridos de Mestre Bimba, da chamada Capoeira Regional. Ora, tomar como base a boa experiência de terceiros não é crime, o livro de Zuma Burlamaqui, por exemplo, correu o Brasil inteiro e, indiscutivelmente, inspirou outros trabalhos similares. E daí? Tudo isto só enriquece a cultura geral do mundo. A menos que se queira parar o Tempo, parar o Mundo e colocar uma roleta no passado para cobrar direitos autorais.

Cordéis, especificamente sobre capoeira, não se pode negar, já existem três ou quatros. Todos feitos de encomenda, ingenuamente ufanistas. Nenhum, até agora, com a preocupação de refletir e sugerir reflexões sobre o verdadeiro passado, presente e futuro da Capoeiragem. Mas, o Momento estava cada vez mais propício para este tipo de iniciativa. Tanto assim, que logo após a publicação da 1ª edição deste Cordel, Miltinho Astronauta repicou de São José dos Campos, com um outro, muito bem feito. Também de Coimbra, de uma linda doutoranda-capoeira e fadista, recebi interessante cordel. Merecendo especial registro, o Cordel idealizado pelo excelente Mestre Robson Martins Ramos Santos (Aracaju, Sergipe) do Grupo de Capoeira Angola ABAÔ, e materializado pelo poeta-cantador Chiquinho do Além Mar. Este cordel, exemplar, sem precisar, registra até sua fonte inicial de inspiração (um belo exemplo, portanto, a quem copia tudo dos outros, coloca data anterior e sai publicando livros e fazendo palestras).

Esta tendência atual - preocupação crítica mais cuidadosa - é mundial, todos os capoeiras começam a perceber a importância de mergulhar mais fundo. Até porque, capoeiras de vários países já começam a indagar que ladainhas, que corridos, que chulas devem cantar, se podem, criar novos cantos, sobre temas locais de suas respectivas regiões, se podem cantar no próprio idioma!?

Que orientação o Brasil deve dar? Que orientação os mestres brasileiros que lideram as rodas do mundo devem dar?

Maestros, sociólogos, antropólogos, folcloristas devem ser ouvidos?

Ao assistir, na famosa Academia de João Grande, toda a "gringalhada" cantando no mais fino português-brasileiro, fiquei emocionado.

Mas, com o passar do tempo, avaliando a enxurrada de péssimos cds de capoeira brasileira que está sendo "vendida" no exterior, avaliando os cantos das rodas brasileiras, sobretudo, as rodas e os tragicômicos "workshops" de brasileiros no exterior (com raras e honrosas exceções), mudei de idéia. Os cantos de agora, especialmente os criados por esta tal capoeira estilizada, de um modo geral, são péssimos. Ou não fazem sentido algum, ou são extremamente alienados e alienantes. Muitos, inclusive, hipocritamente falando em "Inclusão Social" e "Negritude", Igualdade e Paz Social, quando, na realidade, na maioria das vezes, "vendem" apenas "Exclusão Social" e preconceituoso "aburguesamento da capoeira". Mais do que antes, proliferam agora mensagens de ufanismo completamente idiotas, em contra-ponto com o que ensina a verdadeira filosofia da Capoeira.

O que nos leva ao grande "X" do atual problema da cantoria na Capoeira:

Estarão perdendo qualidade os cantos de Capoeira, estarão fugindo às suas tradições, aos seus fundamentos, à sua ideologia?

Considerando o sucesso da volta ao mundo que a Capoeira vem obtendo, surge, ainda uma outra importante questão:

Como exigir, por exemplo, que o resto do mundo, cada vez mais fascinado pela Capoeira, apenas cante, em português, as cantigas de capoeiras "made in Brasil"?

Neste caso que corrido o estrangeiro deveria cantar, o que Mestre Bimba aproveitou (e o fez muito bem) de Leandro, ou os originais do próprio paraibano?

As primeiras estrofes da famosa peleja acima mencionada, muito cantadas pelos angoleiros, ou o cordel inteiro de Leandro?

Isto quanto ao canto de capoeira inspirado em cordéis, e quanto aos novos cantos de paladar aburguesado?

Aonde quero chegar?

Na falta, portanto, de cantos de capoeira que reflitam realmente a História, os Fundamentos e, sobretudo, a saga social da Capoeiragem, como negar, frente a esta realidade, que um estrangeiro, com talento e inspiração, componha na sua própria língua, novas ladainhas e corridos de capoeira?

Na falta de tais cantos (bastaria aqui, citar o mais genial de todos, feito por Vinicius de Moraes), não será absurdo exigir que o aluno-estrangeiro continue repetindo, que nem um papagaio sem imaginação e sem personalidade, a louvação (alienada) dos outros? Não será mais razoável estimular, em cada um, o próprio canto, a própria composição, o próprio verso, desde que, é lógico, venha impregnado da verdadeira filosofia da capoeiragem?

Que cada um, pois, passe a retratar sua própria imagem existencial, louvando sua história pessoal e a história de sua terra natal. Mas não sem antes, prudente e humildemente, ouvir muito os velhos mestres de berimbau e de cantoria; mas não sem antes meditar sobre a responsabilidade dos versos, e até do "blue note".

Até porque, se a Bahia, além de sua brilhante luz própria, achou por bem copiar alguns cordéis da Paraíba, por sua vez, o próprio Brasil, copiou o cordel da Europa. Sim senhores, desde a fase de conquistas dos governos greco-romanos (sempre os governos...), desde os desbravadores fenícios...

O genial verso improvisado dos menestréis, trovadores e jograis deram sua "volta do mundo", passando, também, evidentemente, por Portugal e Espanha (Século XVI). Já nesta sua origem, o cordel nascia, conscientemente ou não, com uma função jornalística, pois retratava sempre os costumes e o dia a dia da região e do mundo. O cordelista, por definição, um andarilho, tinha como missão, cantar em versos improvisados, as estórias de suas andanças e a História do Mundo. Sempre entremeando, é claro (ninguém é de ferro...), com pitorescas e criativas fantasias de reis, rainhas e reinados. O que, aliás, lembra muito as fantasias da nossa capoeira estilizada. Mas o fato é que o canto do poeta repentista funcionava como verdadeira aula de História, onde, muitas vezes, o ouvinte aprendia mais do que na escola...

No começo tudo era totalmente oral e gestual, com o tempo, graças a Gutenberg, os "improvisos" começaram a ser impressos, em pequenos livretos ilustrados. Este sistema foi sendo batizado de diversas maneiras pelo mundo afora. Na França, foi rotulado como "littèrature de colportage" (literatura volante), mais dirigida ao meio rural, através do "occasionnels", enquanto nas cidades prevalecia o "canard". Na Inglaterra, esses folhetos eram denominados "cocks" ou "catchpennies", quando relacionados aos romances e às estórias imaginárias; e "broadsiddes", quando mais relacionado aos fatos históricos. Na Espanha, "pliegos sueltos". Na América Latina Espanhola, "hojas", "corridos" ou, como prefere a heróica Cuba " "pie forzado".

Em Portugal, "folhas volantes", "folhas soltas" ou, "literatura de cordel", devido ao fato dos folhetos ficarem dispostos como roupa pendurada em cordão, cordel ou barbante, durante as feiras onde eram expostos e vendidos, normalmente por cegos.

Por razões óbvias, herdamos a expressão Literatura de Cordel de Portugal.

Que recomendar, portanto, ao jovem mestre do Maranhão, de Santa Catarina, de Montevidéu, Caracas, México, Los Angeles, Nova York. Nova Jersey, Quebec, Lisboa, Coimbra, Paris, Londres. Roma, Viterbo, enfim, o que recomendar para todo Brasil e para o resto Mundo?

Para mim, a solução é muito fácil, bastando evocar meu querido e saudoso amigo Mestre Caiçara, baiano da melhor qualidade: "cada qual no seu cada qual". E claro, reforçando o sábio conselho com a mensagem de cautela, também da safra de Caiçara: "roupa de homem não dá em menino".

Com isto, estaremos prontos a decolar, de qualquer lugar para qualquer destino. Iê!



André Luiz Lace Lopes


Em tempo:

O presente Cordel, evidentemente, não cobre toda a legião de mestres do Rio de Janeiro ou que passaram pelo Rio. Muito menos, portanto, cobre a legião de mestres do Brasil e do Mundo. A exemplo dos meus livros anteriores e de todos meus artigos, cito um ou outro, em função do contexto do capítulo e do grau de aproximação que tive com cada um. Respeitando os mestres que preferem o anonimato, e evitando os mestres que, pragmaticamente, pagam para ganhar imagem pública (o que, diga-se de passagem, não é pecado). Tenho fé, entretanto, que um belo dia, o governo e seus eventuais apoiadores mestres de capoeira, reduzam o número de congressos-piquenique e projetos assistencialistas, e partam para projetos mais adequados aos fundamentos e ao momento capoeirístico, como, por exemplo, a publicação de uma série de "Álbuns de Mestres de Capoeira", um para cada estado. Aí sim, todos mestres deverão ficar, com toda razão, imortalizados.

Web site do autor: www.andreluizlace.cjb.net

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