PRESTEM A DEVIDA ATENÇÃO NESTE RELATO DA SENHORITA NEILA DO BLOG CAPOEIRA DE VÊNUS...
Quando o assunto é saúde no esporte sempre se fala em conhecer e respeitar os limites do corpo. Mas será que a gente faz isso?
Quando o assunto é saúde no esporte sempre se fala em conhecer e respeitar os limites do corpo. Mas será que a gente faz isso?
Afinal, se para evoluir sempre temos que ir um pouco além, será que é mesmo ruim forçar mais um pouco, mais outro pouco e só mais um pouquinho, na tentativa de evoluir mais rápido?
Quantas vezes acreditamos que os problemas não vão acontecer com a gente? E quantos problemas parecem que, na prática, nem existem?
É por isso que hoje, falando de fratura por estresse, vou ir além de dizer o que é, como ocorre e como evitar, e vou contar a minha história.
Minhas "costelas de vidro"
Em 2004, eu era o que se chama de atleta de fim de semana. Trabalhava durante o dia e estudava à noite, e me dedicava à capoeira aos sábados e domingos.
Em um período em que eu estava com uma tosse daquelas comecei a sentir dores nas costelas quando tossia e quando treinava.
Fui ao médico, que perguntou se eu tinha caído, levado alguma pancada e, diante das respostas negativas, ele não achou necessário solicitar um raio x, me deu uma explicação que já nem me lembro e me dispensou.
Faltei uns dias na capoeira, mas logo voltei. Treinava alguns dias sentindo dores leves, em outros a dor apertava e eu parava, faltava mais uma semana e logo estava de volta pra me dedicar mais um pouco.
Fui aguentando a dor, treinando quando conseguia, faltando quando não aguentava, até que não deu mais. Voltei ao médico, que veio com o mesmo papo de que não era nada, que se eu não apanhei, se eu não caí, não levei nenhuma pancada, era impossível eu ter quebrado a costela tossindo.
Mas considerando que as dores já estavam persistindo por quatro meses (isso mesmo, quatro meses!), o médico pediu o raio X e descobriu que eu estava com duas costelas quebradas.
Ele sabia que eu treinava capoeira, mas mesmo assim considerou absurdo eu ter quebrado as costelas sem nenhuma pancada forte.
Lembro até hoje do olhar dele e das perguntas que me fez. Sei que ficou desconfiado que eu tivesse apanhado do meu pai ou namorado, e que não queria falar. Naquele tempo eu já tinha ouvido falar em fratura por estresse, mas parece que o médico não, o que é lamentável.
Mas o que é a fratura por estresse?
São fraturas que ocorrem em consequência do desgaste ósseo causado pela sobrecarga de exercícios físicos, sem descanso adequado. Ocorrem em diversos ossos, mas são mais comuns nos membros inferiores.
Os impactos, normalmente absorvidos pelos músculos, são transferidos para os ossos quando os músculos estão fadigados e as forças de compressão, tensão ou rotação, aplicadas repetidamente sobre o mesmo local, acabam promovendo microfraturas, que evoluem para fraturas maiores.
O problema atinge principalmente quem não têm um bom preparo físico, como pessoas que estão iniciando uma atividade física, ou atletas de fim de semana, como era meu caso.
Algumas dicas para prevenção:
* Lembre-se que os resultados devem ser alcançados aos poucos e aumente gradativamente a intensidade e o volume dos exercícios;
* Intercale movimentos e exercícios diferentes para não sobrecarregar um único grupo muscular;
* Faça pausas entre as sessões de exercícios;
* Preste atenção no seu corpo e respeite seus limites;
* Nunca treine sentindo dor, procure um médico.
Referências:
Fonte: Capoeira de Vênus
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